domingo, 21 de dezembro de 2008

Qualquer Coisa de Paz

Olá olá,
Passei por aqui para mandar e-cards de Natal para todos...
Encontrei este poema.
Decidi partilha-lo.
Está em "Figuras", escrito por Fernando Echevarría, um poeta que estou a descobrir.


Qualquer coisa de paz. Talvez somente
a maneira de a luz a concentrar
no volume, que a deixa, inteira, assente
na gravidade interior de estar.

Qualquer coisa de paz. Ou, simplesmente,
uma ausência de si, quase lunar,
que iluminasse o peso. E a corrente
de estar por dentro do peso a gravitar.

Ou planalto de vento. Milenária
semeadura de meditação
expondo à intempérie a sua área

de esquecimento. Aonde a solidão,
a pesar sobre si, quase que arruína
a luz da fronte onde a atenção domina.

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